quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

NATAL, A FESTA DA FAMÍLIA


A família é o centro da nossa existência.
É por ela, que tanta gente se desloca,
Nesta data de ternura e de amor.
Os que estão longe, buscam o seu calor,
O seu ninho, onde a saudade permanece,
Viajando para a terra que não esquece.

P’ra se encontrarem juntos no Natal
De automóvel, de comboio ou de avião
Abraçar aqueles que por nós aguardam
Num amplexo fraterno pleno de emoção

Em memória daqueles que já se foram,
Os olhos ficam de lágrimas marejados.
São histórias, passos da vida recontados,
Mais uma vez ouvidos e nunca recusados.

Avós, pais, irmãos, amigos que partiram.
E aqueles que estiveram perto, certamente.
Presentes, na nossa infância, e acompanharam
O nosso crescimento, e conselhos que nos deram,todos recordamos saudosamente.                   Fernanda Lúcia

terça-feira, 2 de outubro de 2012

Madrugada

MADRUGADA

Ainda um novo dia estava a começar,
Quando a independência se perdeu.
Tudo contribuiu para não regressar,
Sem uma companhia, Deus meu!!

Foi na vida, uma reviravolta total,
Esta que sucedeu inesperadamente.
Valeu-me um Amigo sempre igual,
Com quem eu conto, certamente.

Têm um ano estes acontecimentos.
Que a sair de casa me levaram.
Agora, vivo nesta, durante uns tempos,
Rodeada de pessoas que me mimaram.

Fico por aqui, o que é mais que certo.
Recebo a familia e os amigos da poesia.
Observo a natureza que está perto,
Assim é e será, o meu dia a dia.

À minha volta, há livros com muito amor,
Personalizo o meu quarto com ternura.
Fotografias, e o que me dá mais calor,
Preenchem o meu espaço com doçura

                 Fernanda Lúcia

BORBOLETA BRANCA

Que andas tu a fazer ao meu lado
Pousa aqui, pousa acolá, esvoaçando?
Pequena borboleta, me tens acompanhado
Neste pequeno passeio que vou dando.

És branquinha como a alvura do algodão,
Que enche os campos dos países tropicais.
Não me deixes aqui nesta imensa solidão,
Pequenina borboleta volta, volta mais...

Teu esvoaçar em torno do meu corpo,
Preenche os minutos deste meu caminho,
E à medida que avanço de mansinho.

Admiro e agradeço a tua companhia,
Mas,este sol ardente queima teu corpinho!
Procura a sombra, vai devagarinho...


                 Fernanda Lúcia

segunda-feira, 2 de julho de 2012

A ANTÓNIO PEDRO GUERREIRO

SAUDADE

Sempre presente, o Amigo
À nossa mesa, ao nosso lado
Aturar-nos, era o seu fado.
Com ternura, sorrindo, dizia:
-Onde ponho os pés,D. Maria?

Gentilmente, ouvias com atenção,
A música que tinhas no coração.
Do Alentejo, na sua alma sensível
E a sua emoção era previsível!!

Todos ouvimos a tua doce voz,
Cantando músicas de várias idades,
Lendo poemas, só para nós
E rindo, ao ouvir “ puridades...”

Deixaste aqui gratas recordações,
Tua presença sempre disponível,
Colaborando nas diversas sessões,
Dos “ Confrades das Poesias”

Foi breve por aqui tua passagem,
Marcaste para sempre teu lugar.
Deus iniciou a tua eterna viagem...
Na nossa alma, te iremos guardar.

Fernanda Lúcia
  Regia Domus
 Junho2012

quinta-feira, 5 de abril de 2012

DIA MUNDIAL DA POESIA



A POESIA

É a poesia a doçura da minh’alma!
É o tempo que me acalma,
Aquilo que me dá mais prazer,
Pensar, compor escrever...
No remanso ideal do meu novo lar
Rodeada dos meus livros,
Que amigos poetas me ofereceram
Leio os que desapareceram.
Fico a pensar neles, no seu intrínseco valor
Como a poesia lhes deu voz.
Essa voz, que hoje perdura com vigor
E continuada pelos presentes
Que fazem ecoar pelo mundo inteiro
A ternura, a amizade, o amor
Num grito sublime que não tem fim
Os poetas e sua sensibilidade
...............Sempre de vigia
Comemoram o seu dia
Hoje,Dia Mundial da Poesia

Fernanda Lúcia
21 Março
2012

À MINHA FILHA SISSI


Quando todos os desígnios apontaram
Retirar a vida em plena juventude
Quando o parecer do médico não ilude
Então sonhos para sempre terminaram

Ficou mais uma estrelinha brilhando
Na noite celestial que nos envolve
Entre milhões no céu se misturando
Neste espaço infinito que nos cobre

Fernanda Lúcia
MÃE
11/Março

O MELRO E OS PARDAIS


Um melro já gorducho passou por aqui
Apressado, procurando alguma comidinha
Por detrás dos fetos que crescem por aí...
Com um verme no bico, dá uma corridinha

Voou para um ramo de um alto arbusto
Seu amarelo bico, de longe, vou observando
Que realça nas penas do corpo de preto vestido...
a espreitar os pardalitos, em baixo, pulando

Mais corpulento que os seus companheiros
O melro desce, passeia entre eles, já confortado
E os pardais debicam migalhas, nos canteiros
Que sobram das mesas e a eles destinadas

Saciados, levantam voo num bando, em viagem
Seguidos pelo melro que com outros vai ter
Misturam-se os corpinhos por entre a folhagem
das árvores e arbustos...Deixei de os ver!!

Fernanda Lúcia
Março 2012

LIVROS




Livros, meus companheiros
Das horas de sonho e tristeza
Sois os eternos ouvintes
Nesta vida de incerteza
Convosco, namoro dias inteiros
Vos procuro desabafando
E minha vida vai andando
Neste deserto murado
De jardins bem rodeado
Plantas por todo o lado
Onde lhes não vejo o fim...
Penso, o que vai ser de mim?

Livros, sois os fiéis amigos
Sempre prontos pra escutar
Minhas angústias e dúvidas
Que as trago há muito comigo
Contrariedades, permitidas
Em que há muito pra contar

Livros, matai a minha sede
E a fome das coisas belas
A minh’alma vos pede
Levai-me até às estrelas

Fernanda Lúcia


quinta-feira, 1 de março de 2012

VENTO



Vento, que sibilas nos arvoredos
Que trazes perfumes e medos.
Deixa-me ouvir o riso das crianças
Que são as nossas esperanças
Vento, que transportas os ecos
Do bater das asas dos passarinhos
Velozes, a caminho dos seus ninhos
Vento, que trazes o murmúrio
Das correntes das ribeiras
E o burburinho das feiras
Com a tua força empurravas
As velas dos moínhos giravas
Vento, os homens te aproveitam
Para os desportos que inventam
Também foste preciso, ò vento
Que guiasses as grandes velas
Das famosas e lusas caravelas
Que há anos os mares cruzaram
E outros continentes acharam

Fernanda Lúcia

sábado, 25 de fevereiro de 2012

NOITE EM BRANCO



Toda a noite não dormi
Dói-me aqui e dói~me ali
Dói-me o pé e mais o peito
Voltar-me, não tenho jeito
Se dobro os meus joelhos
Sinto meus ossos já velhos
Tenho de usar andarilho
O que para mim não é sarilho
Mesmo durante uns tempos
A médica me receitou
Às ancas uma proteção
Ainda achei muita graça
Pois fico com um bundão...
Uma redoma ou gaiola
Para não mais cair no chão
Um susto pro meu coração!
Enquanto eu ficar por aqui
Entregue aos pensamentos
Minha vida vai andando
E as tristezas superando
Sem queixas, nem lamentos

Fernanda Lúcia
Fev 2012

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

CARNAVAL 1930-1945



Éramos crianças e adolescentes
Íamos pedindo retalhos de tecidos
De várias cores, aos amigos
E conhecidos
Que nós ou as nossas mães
Com paciência cosíamos
Uns aos outros
E com eles, uns saquinhos
Fazíamos
Com serradura ou feijões
Enchíamos
E atávamos com coloridos
Cordões
Caixinhas pequenas de fósforos
Juntávamos
Em papéis de seda recortados
E embrulhados
Os papéis que restavam uns aos outros
Se colavam
Umas tiras estreitas e compridas se fazia
Enrolando-se o mais que se podia
No outro extremo um tubo se colava
E na cara de uma pessoa se soprava
Era a famosa” língua da sogra” e a gente ria
Quando a pessoa ficava assustada!!
Nas salas dos cinemas e dos teatros
Enquanto as sessões não começavam
Atirávamos os saquinhos uns aos outros
Até qu’iam bater numa careca respeitável
O dono levantava-se com ar pouco amigável
Mas o atirador que errara a pontaria
Atrás de outros espectadores se escondia...
E nos intervalos continuava a brincadeira
Havia uma folia saudável, a tarde inteira!!
Miúdos e graúdos atiravam papelinhos
Serpentinas às meninas e aos meninos
Essas fitas os uniriam até quebrar
Com alguém que passava pr’as rebentar
Havia apitos,máscaras de papel e de cartão
E também trajes adaptados à ocasião
Com estes artísticos vestidos, depois da sessão
As senhoras e mais seus pares, iam dançar
As danças de salão!!!!
Fernanda Lúcia